domingo, 30 de janeiro de 2011

A "Cidade dos Azulejos" está em ruínas

O Centro Histórico de São Luís do Maranhão, eleita em 2009 a Capital Brasileira da Cultura, está em decadência. Apesar de alguns poucos prédios terem sido reformados e outros ainda estarem em processo de restauração, grandes sobrados e casarões estão praticamente destruídos, abandonados. O mal cheiro e a sujeira estão por toda parte. À noite, moradores e turistas podem ser vistos, no máximo, até às 22h. Depois disso as ruas ficam desertas. Segundo moradores da região, há um grande número de usuários de crack e outras drogas, além da prostituição, que é intensa durante toda a madrugada.

Apesar disso, de acordo com uma pesquisa realizada pelo São Luís Convention & Visitors Bureau (SLC&VB), em parceria com a Faculdade São Luís, entre junho e novembro de 2009, o Centro Histórico ainda é o local mais visitado pelos turistas. Dos 149 entrevistados, 35% o escolheram, em seguida ficaram as praias (30%) e os bares da lagoa (21,25%).

Fundada em 1612, a Cidade dos Azulejos, como é conhecida, e principalmente a região central, traz características dos povos (nativos, franceses, portugueses e africanos) formadores de sua identidade. Nas estreitas ruas, há uma grande quantidade de casas de artesanato. Nelas, chamam atenção as variadas cores, no entanto, é mais visível as paredes descascadas, que escondem, mas nem tanto, as antigas pinturas. Cerâmicas desenhadas e pintadas com muitas cores, algumas com grandes rachaduras, que deformam as figuras e dificultam a compreensão de cada uma.

Na Praça Dom Pedro II, a sensação é de estar na Praça da Sé, em São Paulo. Muitos mendigos, alguns deitados e outros pedindo um trocado. Além deles, há comerciantes por toda a parte. Gritos e cantorias de diversos estilos. O mal cheiro é absurdamente forte. Mas é notável que os moradores daquele lugar já não percebem isso. O lixo e a sujeira passam despercebidos, assim como os buracos nas calçadas, que as pessoas têm de pular. É provável que os responsáveis por aquela cidade também pulam esses lugares na hora de investir em infraestrutura, pois a situação no Centro é muito mais do que precária.

Em junho de 2010, vereadores de oposição e aliados do prefeito João Castelo (PSDB) cogitaram a possibilidade de um impeachment para retirar o tucano do poder. Um dos principais motivos era a insatisfação da sociedade diante a má administração. Neste ano, a fim de melhorar a situação urbanística, cultural, funcional e social no patrimônio histórico, João Castelo firmou, na última semana de janeiro, um termo de parceria com empresários da capital maranhense, é a chamada “Aliança pelo Centro Histórico”. De imediato, haverá equipes de limpeza permanente. As obras de revitalização devem ser realizadas inicialmente nas principais ruas do Centro, onde há um fluxo maior de turistas.

Atualmente, as reformas são vistas apenas em hotéis e pousadas. São poucos os trabalhadores no alto de andaimes. Esses poucos tentam, a todo custo, recuperar a história de cada prédio. São nesses recuperados que se vê a beleza do patrimônio arquitetônico, que não são suntuosas construções com detalhes em ouro, mas a simplicidade da uniformidade das casas.

Nas ruas Boaventura, da Estrela, do Comércio e Portugal, lado a lado, dentro das paredes com cores descaracterizadas e azulejos quebrados, vendedores montaram suas lojas e nelas vendem artigos típicos, como bolsas, tapetes e chinelos de fibra de buriti, árvore típica do nordeste brasileiro. É o que restam aos turistas de diversas regiões, principalmente aos "gringos", que desejam apreciar ou comprar peças de azulejos (inteiros) coloridos.

Ao chegar à cidade, a primeira impressão não é das melhores e, com o passar dos dias, ao visitar os pontos turísticos principais do centro, isso se confirma. A região sofre com o descaso e o abandono do poder público.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Dilma Presidente

Hoje, no primeiro dia de 2011, uma mulher assume a Presidência da República do Brasil, Dilma Rousseff. Durante toda a campanha em 2010, ela estabeleceu como meta em seu governo aquilo que também foi prioridade para o, agora ex-Presidente, Lula, a erradicação da pobreza.

18 milhões. Este é o número de pessoas que Dilma tem como desafio retirar da miséria. É triste pensar que ainda existe uma quantidade tão grande de brasileiros nesta classificação. Lula fez muito em seu governo. Nele, houve a maior ascensão social de todos os tempos. Mas não o suficiente para que possamos dizer que, enfim, somos um país de igualdade. Longe disso. Talvez isso realmente nunca aconteça. Este pensamento é utópico, simplesmente porque o nosso sistema, e o do mundo inteiro, não permite. O novo governo deve entender que diminuir a fome, em um país em que a previsão para a economia é crescer cada vez mais, deve ser muito mais do que uma simples meta.


Imagem: Agência Brasil - Chegam as primeiras pessoas para a cerimônia de posse da presidenta eleita